Por Nandita Bose e Anna Irrera
NOVA YORK (Reuters) - Compradores norte-americanos chegaram às lojas na noite do feriado de Ação de Graças e gastaram 1,75 bilhão de dólares, com uma economia forte e aumento de salários provocando um início forte para a temporada de compras do final de ano nos Estados Unidos.
Embora os grandes públicos não estivessem presentes em muitos lugares na noite de quinta-feira, o movimento não foi tão ruim quanto nos anos de 2015 e 2016, quando os compradores se mantiveram afastados das lojas no dia de Ação de Graças e na chamada "Black Friday", de acordo com analistas e consultores de varejo.
Vendas de smartphones puxaram para cima os gastos totais online em 28,6 por cento até a noite de quinta-feira em relação a um ano atrás, de acordo com a Adobe Analytics, que acompanhou 80 dos 100 principais varejistas online dos EUA, incluindo Walmart e Amazon.com (NASDAQ:AMZN).
"O feriado de Ação de Graças está se encaminhando para ser um dia de festa (...) o dia com o maior crescimento já visto em termos de feriados de compras online", disse Taylor Schreiner, diretor da Adobe Digital Insights, braço de pesquisa da Adobe Systems.
Consumidores em San Francisco lideraram o movimento nos EUA, com mais de 2,3 milhões em transações online, seguidos por 954 mil na cidade de Nova York, mais de 415 mil em Dallas, e 389 mil em Houston até às 22h30 no horário da costa leste do país, de acordo com o processador de pagamentos First Data Corp, que coleta dados de cerca de 1 milhão de vendedores norte-americanos.
Varejistas de eletrônicos como a Best Buy viram o maior número de transações seguidos por lojas de departamentos como a Macy's, de acordo com os dados.
Tradicionalmente, o dia após o feriado de Ação de Graças, a "Black Friday", inicia a temporada de vendas de final de ano nos Estados Unidos. Mas como lojas norte-americanas agora abrem na noite da quinta-feira, o movimento e a correria típica da manhã de sexta-feira foram diluídos nos dois dias de feriado.
Nas redes sociais, o sentimento dominante continuava favorável às compras online, com muitas pessoas se identificando mais como pessoas da "Cyber Monday" em vez da Black Friday, por preferirem evitar longas filas e multidões em pleno inverno.
O analista da Moody's Charlie O'Shea, que visitava as lojas no Condado de Bucks, no Estado da Pensilvânia, disse que o início devagar nas lojas no feriado e na Black Friday é cada vez menos um indicativo do apetite dos compradores durante o final do ano.
"A temporada deve ser forte e todos os sinais em relação ao sentimento dos consumidores apontam para isso", disse.
A Federação Nacional do Varejo prevê que as vendas de final de ano nos meses de novembro e dezembro nos Estados Unidos devem crescer entre 4,3 e 4,8 por cento sobre 2017 para um total de 717,45 bilhões a 720,89 bilhões de dólares. Isso se compara com uma média anual de 3,9 por cento de aumento nos últimos cinco anos.
No total, a temporada de vendas de final de ano em 2018 deve atingir um total de 701 bilhões de dólares, lideradas pelo varejo online e por eletrônicos, de acordo com a empresa de pesquisa Costumer Growth Partners.