MILÃO (Reuters) - O conselho de administração da Telecom Italia apoiou nesta quinta-feira o presidente do colegiado, Fulvio Conti, que está envolvido em uma disputa com o principal grupo investidor da companhia, o conglomerado francês de mídia Vivendi (PA:VIV).
Conti foi acusado pela Vivendi de violar regras corporativas e de governança ao se aliar com o fundo ativista Elliott, rival da Vivendi na companhia italiana que no Brasil controla a TIM (SA:TIMP3).
Uma reunião do conselho da Telecom Italia foi realizada nesta quinta-feira para responder a um relatório de auditores da companhia que encontrou irregularidades na forma como informações foram compartilhadas entre os membros do colegiado por ocasião da demissão do ex-presidente executivo Amos Genish.
Os auditores afirmaram na semana passada que, diferente de comentários de Conti, parte das informações foram compartilhadas apenas entre membros do conselho indicados pelo Elliott antes de serem levadas ao restante do grupo.
Apesar disso, a Telecom Italia afirmou em comunicado que após a reunião do conselho nesta quinta-feira não há motivo para se duvidar da independência de Conti.
"O conselho, portanto, reitera sua total confiança no trabalho do presidente", disse a Telecom Italia.
A Vivendi, que detém 24 por cento da Telecom Italia, quer a remoção de Conti e de outros quatro membros do conselho da empresa, citando "substancial falta de independência e desrespeito às regras mais básicas de governança corporativa".
A Vivendi afirma que cinco membros do conselho da Telecom Italia conspiraram para substituir Genish, um ex-executivo da Vivendi e que já foi presidente da Telefônica Brasil.
Antes da divulgação do comunicado da Telecom Italia nesta quinta-feira, Genish, que ainda participa do conselho da companhia, foi questionado por jornalistas que estavam esperando resultado da reunião se Conti iria se afastar. "Eu queria", disse Genish.
O fundo Elliott, que possui pouco menos de 10 por cento da Telecom Italia, assumiu o controle da companhia da Vivendi em maio passado, indicando 10 candidatos, dois terços do total, ao conselho de administração depois de acusar a Vivendi de atender apenas seus próprios interesses.
(Por Silvia Aloisi e Alberto Sisto)