SAN FRANCISCO, 20 Ago (Reuters) - Quando iniciou seu negócio de apoio à criação de crianças SupportPay, Sheri Atwood esperava todo tipo de sugestão - mas não a que recebeu de uma investidora que sugeriu que ela pintasse o cabelo de preto para ser levada mais a sério pelos fundos de venture capital.
Para Atwood, que eventualmente recebeu financiamento de outro tipo de investidores, a recomendação revelava um entendimento no Vale do Silício de que as mulheres seriam empreendedoras de segunda classe. Se mais mulheres controlassem o dinheiro dos fundos de venture capital, a atitude seria diferente, disse ela.
Apesar de o Vale do Silício ter enfatizado nos últimos anos a necessidade de recrutar mais investidoras, em níveis sêniores da indústria o equilíbrio de gênero não mudou, enquanto outras indústrias com pouca diversidade de gênero mostram melhora.
A questão é importante porque mulheres investidoras têm efeito direto no sucesso de companhias criadas por outras mulheres, disseram empresárias, servindo de modelo e percebendo melhor o potencial de negócios que têm mulheres como alvo.
Cerca de 4 por cento das sócias de empresas norte-americanas de venture capital são mulheres, de acordo com dados da Pitchbook, uma empresa de consultoria. Isso representa uma queda frente aos 5 por cento de 2010, e quase o mesmo índice registrado em 2008.
Um famoso ranking de investidores, o Forbes Midas List, citou apenas quatro mulheres em sua mais recente lista de 100 principais investidores de venture capital. Alguns anos atrás, cinco mulheres eram citadas a cada ano. E apesar da grande discussão em torno da necessidade de melhorar o equilíbrio de gênero nos últimos anos, muitos dos principais fundos ainda não têm sócias mulheres.
(Por Sarah McBride)