RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Brasil teve 10,3 milhões de computadores pessoais vendidos em 2014, queda de 26 por cento na comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela consultoria IDC Brasil, que prevê queda de 3 por cento das vendas em 2015.
Do total vendido, foram 4 milhões de desktops (queda de 31 por cento) e 6,4 milhões de notebooks (queda de 22 por cento), sendo 29 por cento comercializados para o mercado corporativo e 71 por cento para o consumidor final.
Segundo a IDC Brasil, os resultados foram afetados pela Copa do Mundo, eleições e alta do dólar.
"Tradicionalmente, março é um mês muito positivo para o mercado de PCs, porém, o Carnaval adiado fez com que o 1º trimestre fosse muito negativo em vendas", disse em nota o analista de pesquisas do IDC Brasil, Pedro Hagge.
"Logo em seguida houve a Copa do Mundo e os varejistas focaram em outras categorias de produtos. As incertezas em relação às eleições e a volatilidade da moeda norte-americana também contribuíram para o mau desempenho em 2014", completou.
No quarto trimestre, foram vendidos cerca de 2,7 milhões de PCs, queda de 25 por cento sobre o quarto trimestre de 2013 e alta de 3 por cento na comparação com o terceiro trimestre de 2014.
Desse total, foram comercializados 966 mil desktops e 1,7 milhão de notebooks. Na comparação com o período de outubro a dezembro de 2013, houve queda de 29 por cento em desktops e 21 por cento no mercado de notebooks.
Os números do trimestre vieram de acordo com as projeções da IDC Brasil. "Os volumes do quarto trimestre têm sido cada vez mais afetados pela Black Friday. Os varejistas estão comprando e estocando os produtos já em setembro e a tendência é não termos mais um quarto trimestre forte como em anos anteriores", afirmou Hagge.
O analista citou também o ritmo fraco da economia, a escassez de crédito, inflação e a alta do dólar, que acaba gerando repasse de preços ao consumidor.
Para 2015, a IDC Brasil espera queda de 3 por cento do mercado de PCs no Brasil.
"A alta do dólar vai dificultar a recuperação. Isso já se pode notar nas lojas, onde os produtos estão de 15 a 20 por cento mais caros do que 6 meses atrás", disse Hagge.
Para o analista da IDC Brasil, o consumidor brasileiro é muito sensível a preços e, isso, aliado à instabilidade econômica e a adoção de outros dispositivos, fará com que o mercado de PCs no Brasil termine este ano em baixa.
(Por Luciana Bruno; edição Juliana Schincariol)