Por Nick Carey
LONDRES (Reuters) - As vendas globais de veículos elétricos aceleraram no primeiro trimestre, porém mais ações dos governos para ampliar pontos de recarga e proibições de veículos movidos a combustíveis fósseis são necessárias, para que esse ímpeto seja mantido, disse a Agência Internacional de Energia (IEA) nesta quinta-feira.
"Ainda não vemos sinais de desaceleração nos mercados globais de carros elétricos", disse Timur Gül, chefe da divisão de políticas de energia e tecnologia da IEA, numa apresentação sobre as perspectivas globais para EVs.
Enquanto a pandemia Covid-19 reduziu as vendas globais de automóveis em 16% em 2020, as vendas de elétricos saltaram 41% para cerca de 3 milhões de veículos.
As vendas globais de elétricos no primeiro trimestre aumentaram 140%, a 1,1 milhão de veículos, com forte crescimento na China, Europa e Estados Unidos, disse a IEA. O crescimento na Europa e na China foi impulsionado pelo enrijecimento dos padrões de emissões de CO2 e por subsídios governamentais.
Globalmente, os consumidores gastaram por volta de 120 bilhões de dólares em veículos elétricos em 2020, enquanto os governos desembolsaram cerca de 13 bilhões de dólares em subsídios - ou o equivalente a cerca de 10% dos gastos totais, ante 20% dos gastos totais em 2015.
Esse número vai cair ainda mais conforme os preços das baterias caem e os veículos atinjam uma paridade de custo com os veículos movidos a combustíveis fósseis, o que o analista de energia da IEA Jacopo Tattini disse que deve acontecer até 2030.
"Mas as políticas devem ser fortalecidas para permitir uma maior implementação de veículos elétricos", disse Tattini.
Ele ainda afirmou que os governos precisam restringir ainda mais os padrões de economia de combustível, e fazer cumprir as legislações para aumentar as vendas de veículos com emissão zero, eliminando os veículos movidos a combustíveis fósseis.