(Reuters) - Vera Rubin, uma astrônoma norte-americana pioneira no estudo de matéria escura no universo e que alguns colegas sentem que foi esquecida pelo comitê do Prêmio Nobel, morreu aos 88 anos, disse seu filho na segunda-feira.
Vera morreu no domingo em uma casa de repouso em Princeton, Nova Jersey, e sofria de demência há vários anos, disse o filho Allan Rubin, professor de geociência na Universidade de Princeton, por email.
A astrônoma, nascida na Filadélfia, usou a rotação das galáxias para descobrir a primeira evidência direta de matéria escura na década de 1970, enquanto trabalhava no Carnegie Institution, em Washington.
Trabalhando com o espectrografista Kent Ford, Vera descobriu que matérias nas bordas das galáxias rodavam no mesmo ritmo que matérias no centro. A descoberta contraria uma lei da física que diz que a grande massa no centro, como poeira, estrelas e gás, devem ser mais rápidas que nas bordas, onde há menos massa.
A explicação é um halo de matéria escura em volta das galáxias que espalha massa pelas galáxias. A matéria escura não foi diretamente observada, mas foi demonstrada através de trabalhos de Vera Rubin e outros astrônomos e físicos.
Emily Levesque, astrônoma da Universidade de Washington, disse à Astronomy Magazine em junho que Vera merecia o Nobel, já que a descoberta da matéria escura revolucionou a astronomia e o conceito de universo.
O testamento de Alfred Nobel, fundador do prêmio, "descreve o prêmio da física como reconhecimento da 'descoberta mais importante' dentro do campo da física. Se a matéria escura não entra nesta descrição, não sei o que entraria", disse Levesque.
Vera Rubin foi a segunda mulher na astronomia a ser eleita para a Academia Nacional de Ciências e recebeu a Medalha Nacional de Ciência do presidente Bill Clinton em 1993.
(Reportagem de Colleen Jenkins e Ian Simpson)