Por David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, realizará reuniões com alguns parlamentares norte-americanos nesta segunda-feira, um dia antes de comparecer a audiências no Congresso sobre o uso de dados de usuários por uma consultoria política, disseram assessores no domingo.
Espera-se que as reuniões planejadas no Capitólio continuem até a tarde de segunda-feira e incluam alguns parlamentares dos comitês nos quais Zuckerberg deve depor, disseram os assessores, que pediram para não serem identificados porque as reuniões não são públicas.
O Facebook se recusou a comentar.
Zuckerberg deve comparecer diante de uma audiência conjunta dos Comitês de Justiça e Comércio do Senado dos EUA na terça-feira e do Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos Deputados dos EUA na quarta-feira.
O Facebook vem sendo criticado nas últimas semanas, depois de dizer que as informações pessoais de até 87 milhões de usuários, a maioria nos Estados Unidos, podem ter sido compartilhadas de maneira imprópria com a consultoria política Cambridge Analytica.
Espera-se que Zuckerberg, em seu depoimento, reconheça a necessidade de assumir responsabilidade e admitir uma falha inicial por não ter entendido quantas pessoas foram afetadas, disse uma pessoa informada sobre o assunto no domingo.
Zuckerberg disse em uma teleconferência com repórteres na semana passada que ele aceitou a culpa pelo vazamento de dados, o que irritou usuários, anunciantes e legisladores, enquanto também dizia que ele ainda era a pessoa certa para dirigir a empresa que ele fundou.
Na sexta-feira, o Facebook apoiou a proposta de legislação exigindo que os sites de mídia social divulguem as identidades dos compradores de anúncios de campanha política online e introduzam um novo processo de verificação para as pessoas que compram anúncios de "emissão".
As medidas são destinadas a impedir o tipo de interferência eleitoral e a guerra de informações online que as autoridades norte-americanas acusaram a Rússia de perseguir, disse Zuckerberg na sexta-feira. Moscou negou as acusações.
Em fevereiro, o conselheiro especial dos EUA, Robert Mueller, acusou 13 russos e três empresas russas de interferirem na eleição presidencial de 2016, semeando discórdia nas mídias sociais.
Zuckerberg, em entrevista para repórteres, disse que o Facebook deveria ter feito mais para auditar e supervisionar desenvolvedores de aplicativos de terceiros como o contratado pela Cambridge Analytica em 2014.