LIMA (Reuters) - Centenas de integrantes de uma comunidade indígena tomaram o controle de um pequeno aeroporto dentro do maior bloco de petróleo do Peru, na Amazônia peruana, disseram líderes tribais, como parte de uma disputa com a empresa argentina de energia Pluspetrol e o governo sobre poluição e uso dos recursos naturais.
O aeroporto, no distrito de Andoas na região norte do Peru, foi ocupado por índios nativos na noite de segunda-feira, disseram os líderes indígenas Tedy Guerra e Aurelio Chino em entrevista por telefone.
"Neste momento há cerca de 500 de nós no aeroporto... os voos pararam", disse Guerra, líder da comunidade Nuevo Andoas. Ele acrescentou que não houve confronto com a polícia, que deixou o local.
O aeroporto praticamente só recebe os jatos particulares da Pluspetrol, que opera o bloco de petróleo próximo 1-AB. O campo produz entre 15.000 e 17.000 barris por dia, o equivalente a um quarto da relativamente pequena produção peruana.
Os manifestantes consideram tomar poços de petróleo se a empresa não atender aos pedidos por negociações, disseram Guerra e Chino.
Segundo Guerra, a empresa usa terras indígenas sem pedir autorização às comunidades locais ou sem oferecer compensação justa, e tem demorado em limpar vazamentos de petróleo.
A Pluspetrol disse em comunicado que assinou um acordo com a comunidade Nuevo Andoas em setembro e que está fazendo "todos os esforços para restabelecer o diálogo com a comunidade de forma a superar o impasse".
(Reportagem de Mitra Taj e Patricia Velez)