(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, disse nesta quinta-feira que seu governo "não varre a corrupção para debaixo do tapete", horas depois da divulgação do depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, em que ele afirma que parte do dinheiro de contratos da estatal era repassado para PT, PP e PMDB.
"Combate sem trégua à corrupção, doa a quem doer. O meu governo não varre a corrupção para debaixo do tapete", afirmou Dilma em comício em Maceió.
Costa disse em depoimento à Justiça Federal que grandes empresas fecharam contratos com a Petrobras por anos com sobrepreço médio de 3 por cento, e que a maior parte do dinheiro foi repassada para PP, PMDB e PT, este último partido da presidente. Por meio de nota, PT e PP negaram as acusações de Costa, enquanto o PMDB disse que não iria comentar o caso. [nL2N0S42DC]
Dilma falou do combate à corrupção como uma de suas prioridades em um eventual segundo mandato. A presidente disputa o segundo turno das eleições contra o candidato do PSDB, Aécio Neves, que disse no Rio de Janeiro que as denúncias de corrupção na Petrobras "agora chegam de forma institucional" ao PT.
"Aquilo que era chamado pelo governo de mau feito, de desvio de conduta, de caráter, do que quer que fosse, agora chega de forma institucional ao partido político", declarou Aécio a jornalistas.
Entre outros "compromissos" citados pela presidente a apoiadores em Maceió, onde estava acompanhada no palanque pelo ex-presidente Fernando Collor, estavam a saúde, a educação, a segurança e a reforma política.
"O Brasil precisa de uma reforma política que mude os padrões de se fazer política no país...não há reforma política sem a participação de vocês, da população", disse Dilma.
A presidente fez campanha na quarta e quinta-feiras no Nordeste, onde ela teve a maioria de sua votação no primeiro turno.
"Vim aqui agradecer ao povo nordestino, que eu respeito muito, e que faz parte, com suas riquezas e tradições, do que o Brasil tem de melhor", afirmou.
(Por Tatiana Ramil, em São Paulo)