ANCARA (Reuters) - Pelo menos 95 pessoas morreram quando dois supostos homens-bomba atingiram um comício de ativistas pró-curdos e trabalhistas perto da principal estação ferroviária de Ancara apenas algumas semanas antes de eleições, no pior ataque deste tipo no país.
Corpos cobertos por bandeiras e faixas, incluindo os do Partido Democrático dos Povos da oposição pró-curda (HDP), jaziam espalhados entre manchas de sangue e partes de corpos.
Imagens exibidas pela emissora CNN Turk mostraram uma fila de homens e mulheres de mãos dadas e dançando, antes de uma grande explosão atrás deles atingir pessoas que levavam bandeiras do HDP e de partidos esquerdistas.
O presidente do país, Tayyip Erdogan, prometeu esmagar a insurgência militante curda desde o colapso de um cessar-fogo e a retomada da violência intensa em julho. Além do 95 mortos, 246 feridos ainda estavam sendo tratados, 48 em cuidado intensivo, disse o gabinete do primeiro-ministro.
Testemunhas disseram que duas explosões aconteceram com segundos de diferença na multidão incluindo ativistas, esquerdistas, sindicatos e outros grupos cívicos, se reuniram para uma marcha para protestar contra a morte de centenas desde o conflito entre forças de segurança e o partido dos trabalhadores do curdistão (PKK) no sudeste maioria curda.
Não houve reivindicações de responsabilidade pelo ataque, que vem em meio a ameaças externas ao país membro da Otan com aumento dos conflitos na fronteira com a Síria e incursões de aviões de guerra russos em seu espaço aéreo nesta semana.
O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, disse que o Estado islâmico, curdos ou militantes de extrema esquerda poderiam ter realizado o bombardeio. Ele disse que havia fortes indícios de que dois homens-bomba foram responsáveis.
A Turquia tem estado em alerta desde o início de uma "guerra sincronizado ao terror" em julho, incluindo ataques aéreos contra combatentes do Estado Islâmico na Síria e do PKK no norte do Iraque.
O conflito levantou questões sobre se a Turquia pode realizar eleições críveis em áreas atingidas pela violência, mas o governo tem dito que a votação vai ir em frente.
Os ataques acontecem três semanas antes de uma eleição em que o AKP tenta atrair maioria, que detinha desde 2002, segundo pesquisa de junho, em parte por causa do sucesso eleitoral do HDP, que Erdogan acusa de ligações com o PKK.
(Por Ece Toksabay e Gulsen Solaker)