Por Anna Koper e Joanna Plucinska e Alicja Ptak
VARSÓVIA (Reuters) - Mais de um mês após a invasão russa, muitos refugiados ucranianos em países da União Europeia enfrentam um dilema: procurar emprego e ficar por um tempo mais longo, ou arriscar voltar para casa e para o conflito para reencontrar familiares que deixaram para trás.
Para alguns, a questão é uma simples decisão com o coração. "Quando toda a sua vida está lá na Ucrânia, sua alma dói", disse Yulia Kuzyk, uma mãe de 30 anos de Kalush, no oeste da Ucrânia, esperando um ônibus que irá levá-la de volta a seu marido, pais e amigos que ficaram.
Kuzyk disse que é grata pela ajuda oferecida pela Polônia, mas a pressão para construir uma nova vida em um lugar onde não tem amigos é grande demais. Apertando seus filhos junto ao corpo, ela disse ter medo, mas que está pronta para voltar.
Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, os conflitos deslocaram mais de 10 milhões de pessoas e forçaram a fuga de quase 4 milhões para fora do país, na maior crise de refugiados da Europa desde o final da Segunda Guerra Mundial, segundo a agência de refugiados da ONU.
Mais da metade chegou à UE pela Polônia. A maioria dos demais entrou pela Hungria, Eslováquia e Romênia.
Embora governos e voluntários tenham trabalhado muito para acomodá-los, muitas das acomodações e empregos foram ocupados na primeira semana de chegada dos refugiados, dizem os ucranianos. As opções ficaram ainda mais limitadas na Polônia conforme a guerra continuou.
(Reportagem adicional de Pawel Florkiewicz e Kuba Stezycki em Varsóvia)