Por Sybille de La Hamaide e Thierry Chiarello
PARIS/CONFLANS-SAINTE-HONORINE, França (Reuters) - O adolescente que decapitou um professor do lado de fora da escola onde ele lecionava, em um subúrbio de Paris, abordou alunos na rua e pediu que apontassem sua vítima, afirmou o promotor antiterrorismo Jean-François Ricard neste sábado.
A polícia matou a tiros o agressor de 18 anos, que nasceu na Rússia, minutos depois que ele assassinou o professor de história Samuel Paty, de 47 anos, em plena luz do dia em Conflans-Sainte-Honorine na sexta-feira.
Uma fotografia do corpo do professor, acompanhada de uma mensagem na qual assumia a responsabilidade postada no Twitter, foi descoberta no telefone do agressor, encontrado próximo ao corpo. Ricard disse que a conta do Twitter pertencia ao agressor.
A postagem foi removida rapidamente pelo Twitter, que informou ter suspendido a conta por violar a política da empresa.
De acordo com Ricard, a mensagem dizia: "Em nome de Alá, o mais amável, o mais misericordioso, ... ao (Presidente Emmanuel) Macron, líder dos infiéis, executei um de seus cães infernais que ousou depreciar (Profeta) Maomé".
No início deste mês, Paty mostrou a seus alunos cartoons do Profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão, irritando vários pais muçulmanos. Os muçulmanos acreditam que qualquer representação do Profeta é uma blasfêmia.
O agressor, de origem chechena, vivia na cidade de Evreux, a noroeste de Paris, e não era conhecido anteriormente pelos serviços de inteligência, disse Ricard em entrevista coletiva.
O promotor antiterrorismo confirmou que a polícia mantinha nove pessoas sob custódia em conexão com o ataque.