Por Brendan Pierson
NOVA YORK (Reuters) - O advogado que defende o produtor de cinema Harvey Weinstein de acusações de estupro disse nesta terça-feira que receia que a publicidade que cerca o caso e uma "pressão indevida" sobre os procuradores sejam injustas com seu cliente.
Benjamin Brafman conversou com os repórteres depois de uma audiência a portas fechadas com o juiz James Burke, da Suprema Corte de Nova York, em Manhattan, que disse ter solicitado para abordar suas preocupações em relação ao caso. Brafman disse que acredita que Weinstein será inocentado das acusações, que classificou como "absurdas".
Weinstein, que foi acusado de má conduta sexual por mais de 70 mulheres, inclusive devido a incidentes ocorridos décadas atrás, negou ter feito sexo sem consentimento com qualquer pessoa.
Brafman explicou que não pode falar sobre a substância da audiência em detalhes e não disse exatamente que ação pediu ao juiz, se é que pediu alguma. Weinstein não compareceu à ocasião.
"Uma das minhas preocupações é que, em virtude de parte da publicidade que ocorreu durante o final de semana, a capacidade das pessoas de manter a mente aberta me preocupa", disse Brafman aos repórteres do lado de fora da corte.
"Também acho que a pressão que está sendo exercida sobre a procuradoria (de Manhattan) exigindo um indiciamento ou processo do senhor Weinstein seja uma pressão indevida", acrescentou.
Brafman não deu detalhes sobre a "pressão".
"Não tenho certeza de que exista algum remédio, mas quis deixar claro que não fiquei contente com estas questões".
A procuradoria não quis comentar.
Weinstein recebeu duas acusações de estupro e uma de ato sexual criminoso depois de uma investigação de meses do Departamento de Polícia de Nova York.
As autoridades não identificaram as duas mulheres, mas disseram que os crimes ocorreram em 2004 e 2013. Se condenado pelas acusações mais sérias, Weinstein pode passar entre 5 e 25 anos na prisão.
Ainda nesta terça-feira, Brafman disse que Weinstein foi acusado de estuprar uma mulher e que teve um caso consensual de 10 anos com ela tanto antes quanto depois do suposto estupro.