Por Tom Esslemont
LONDRES (Fundação Thomson Reuters) - Algumas das maiores agências de ajuda humanitária expressaram preocupação nesta segunda-feira de que elas podem estar expostas a riscos vindos do mundo financeiro obscuro dos paraísos fiscais, depois que a recente divulgação dos chamados “Panama Papers” mostrou o nome da Cruz Vermelha usado de maneira falsa.
O conjunto de documentos revelou como a empresa de advocacia Mossack Fonseca criou fundações fictícias, com um dos seus supostos beneficiários listado como a “Cruz Vermelha Internacional”.
A apropriação indevida do nome do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foi condenada pela agência, com base na Suíça, e por outras organizações de ajuda internacionais preocupadas com o risco a reputações que isso pode significar para o setor.
Os e-mails vazados, que primeiro apareceram em jornais europeus, sugeriram que a empresa de advocacia usou a organização humanitária como cobertura quando recebia pedidos de informação de bancos e instituições financeiras.
"Tem ficado difícil segurar a identidade do beneficiário”, dizia um dos supostos e-mails de um funcionário da Mossack Fonseca.
"Essa é a razão pela qual nós criamos essa estrutura, isto é, designando a Cruz Vermelha Internacional. Logo, não é complicado”, afirmava o e-mail de 2009.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que não tinha informação prévia sobre o nome da organização sendo apropriado dessa forma e que iria investigar.