(Reuters) - À época um capitão da 6ª Companhia de Chinatown, bairro nova-iorquino no sul de Manhattan, Jay Jonas conta uma história arrepiante de resgate e sobrevivência após o desabamento das torres do World Trade Center nos ataques de 11 de setembro de 2001.
"Alguns dias, parece que foi ontem. Alguns dias, parece que foi 20 anos atrás", disse Jonas, hoje no cargo de vice-chefe do corpo de bombeiros de Nova York.
"Continuar é minha maneira de lidar com isso", disse o bombeiro de 63 anos à Reuters durante uma entrevista recente na estação do corpo de bombeiros do Bronx antes do 20º aniversário dos ataques.
"Havia uma agitação e um medo tremendos em nossas operações naquele dia, mas demos conta", lembrou Jonas.
Com colegas no saguão da Torre Norte pouco depois de ela ser atingida, Jonas relembra o momento em que o avião atingiu a Torre Sul.
"Um dos bombeiros do Resgate 1 olhou para cima e disse 'podemos não sobreviver ao dia de hoje'. E pensamos naquilo e aceitamos seu comentário, e nos demos tempo para trocar apertos de mão e desejar sorte uns aos outros."
"De todos aqueles caras que me cercavam quando o segundo avião atingiu a Torre Sul, sou o único vivo."
Jonas recebeu ordens de fazer buscas e resgates na Torre Norte. Ele se lembra do prédio começando a vibrar conforme o colapso se aproximava.
“O colapso estava comprimindo todo o ar que havia no prédio, então criou ventos como tornados na escada”, disse ele.
"Estávamos sendo atingidos por destroços à medida que o prédio estava desabando e você também ouvia esses sons estranhos de aço se retorcendo ao nosso redor", continuou.
"Sabe, eu olhei para cima e consegui ver uma faixa de céu azul e disse 'caras, antes havia 106 andares acima de nossas cabeças. Agora vejo uma faixa de céu azul'".
Ele e a equipe conseguiram encontrar uma saída dos escombros. Após uma licença curta, ele voltou ao trabalho e foi promovido a chefe de batalhão.
(Por Dan Fastenberg e Andrew Hofstetter)