Por Tim Hepher
LONDRES (Reuters) - A Airbus alertou nesta quarta-feira sobre os riscos de uma guerra tarifária transatlântica em que todos perdem ao elevar as previsões para a demanda de aviões nos próximos 20 anos, liderada pelos novos centros industriais da Ásia.
A fabricante de aviões europeia confirmou uma previsão de crescimento contínuo da demanda devido à expansão das cidades e à crescente classe média asiática.
Mas o setor enfrenta uma enxurrada de novas pressões das tensões comerciais globais, o desenrolar parcial da globalização e uma campanha de ativistas climáticos, notadamente na Europa.
A tal cenário se somam tensões dentro da própria aviação depois que a Organização Mundial do Comércio (OMC) aprovou provisoriamente sanções dos EUA contra produtos europeus, incluindo jatos Airbus, em uma disputa de longa data sobre subsídios de aeronaves.
O diretor comercial da Airbus, Christian Scherer, manifestou preocupação sobre a perspectiva de uma guerra tarifária.
"Em última análise, ela terão um impacto nos aviões e, portanto, no preço das passagens e isso não é bom. Se houver um impacto, o mesmo impacto acontecerá aqui na Europa", disse, referindo-se à perspectiva de represálias europeias contra a Boeing.
O crescimento do tráfego aéreo desacelerou este ano em meio a um atrito comercial mais amplo entre os Estados Unidos e a China. A Airbus disse que o protecionismo e outros riscos geopolíticos "continuam sendo uma preocupação".
A fabricante de aviões reduziu em 0,1 ponto percentual sua previsão média de crescimento anual, para 4,3%, nas próximas duas décadas, mas disse que a demanda por viagens aéreas permanece essencialmente forte.
A Airbus previu que a frota mundial dobraria para 47.680 jatos até 2038. Isso é um pouco menos do que a frota que estava prevendo há um ano, porque os aviões estão voando com mais assentos e trabalhando por mais tempo por dia, aumentando a produtividade.
Mas a demanda por novos jatos necessários para atingir essa meta foi revisada para cima, porque a Airbus acredita que as companhias aéreas também substituirão os jatos existentes mais rapidamente para aproveitar a economia de combustível.
A Airbus disse que agora espera que as companhias aéreas e empresas de leasing receberão 39.210 novos jatos de passageiros e cargueiros nas próximas duas décadas, em comparação com estimativa anterior de 37.389 aeronaves.