Por Katy Migiro
NAIRÓBI (Thomson Reuters Foundation) - Alagamentos súbitos na Somália destruíram milhares de casas improvisadas, além de latrinas e poços rasos, relatou a Organização das Nações Unidas (ONU), prevendo que até 900 mil pessoas podem ser atingidas pela pior manifestação do fenômeno El Niño em décadas.
As inundações, que tornaram as ruas intransitáveis e impedem a chegada de socorro a milhares de pessoas, podem reverter muitos dos avanços humanitários obtidos no sul da Somália desde 2011, quando a nação do Chifre da África foi devastada pela fome, disseram especialistas.
Cerca de 3,2 milhões de somalis --um terço da população-- já tinham necessidade de ajuda para sobreviverem, e mais de 1 milhão estavam desabrigados antes das chuvas do dia 7 de outubro.
"As condições do El Niño surgem em meio a uma situação humanitária já frágil", afirmou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, na sigla em inglês) em um comunicado no final da terça-feira.
"Os alagamentos-relâmpago afetaram milhares de pessoas nas áreas baixas do sul e em partes do centro da Somália."
A ONU declarou não ter uma cifra para o número de somalis atingidos pelas inundações em todo o país. Sua contagem regional detalhou mais de 55 mil pessoas afetadas, pelo menos 18 mil das quais tiveram que deixar seus lares, em sete áreas.
Entre 500 e 900 mil somalis podem ser afetados pelo El Niño, disse a entidade.