BERLIM (Reuters) - O islamismo radical representa uma ameaça de segurança "crítica" para a Alemanha, alertou o ministro do Interior, Thomas de Maizière, nesta terça-feira, dizendo que o número de pessoas capazes de realizar ataques no país alcançou um nível recorde.
Além do risco de jihadistas alemães voltando da Síria, ainda existe o perigo de confrontos violentos entre grupos extremistas rivais nas ruas de seu país, um espelho dos conflitos no Oriente Médio, disse ele em uma conferência de segurança.
De Maizière afirmou que as forças de segurança acreditam que o maior perigo vem de radicais que agem sozinhos, como aconteceu no Canadá na semana passada, quando dois soldados foram mortos em ataques que a polícia disse terem sido efetuados por homens recém-convertidos ao islamismo.
"A situação é crítica. O número de indivíduos ameaçadores nunca foi tão alto quanto agora", afirmou. "Representamos a liberdade, e por isso somos alvo de ódio".
A agência de inteligência nacional (BfV) alertou que o salafismo ultraconservador está se tornando cada vez mais popular, aumentando a quantidade de recrutas em potencial para o Estado Islâmico.
Cerca de 450 pessoas partiram da Alemanha para se unir aos jihadistas na Síria e no Iraque, e cerca de 150 retornaram. As autoridades alemãs estão monitorando um total de 225 suspeitos que acredita serem capazes de lançar ataques dentro do país. Estes eram 80 ou 90 alguns anos atrás, disse De Maizière.
Embora não esteja diretamente envolvida nos ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria, a Alemanha concordou em enviar armas às forças curdas no norte iraquiano para ajudá-las a se defender dos militantes radicais.
Enquanto isso, o Estado Islâmico divulgou vídeos na Alemanha, alguns com jihadistas falando alemão nativo e ameaçando desencadear ataques em sua terra natal.
(Por Alexandra Hudson e Sabine Siebold, com reportagem adicional de Sabine Siebold)