MUNIQUE (Reuters) - Um tribunal da Alemanha condenou dois ex-chefes de inteligência iugoslavos à prisão perpétua nesta quarta-feira por terem concebido o assassinato de um dissidente da ex-Iugoslávia na Baviera, Estado do sul alemão, mais de três décadas atrás.
Os croatas Josip Perkovic, de 71 anos, e Zdravko Mustac, de 74 anos, autoridades de primeiro escalão do serviço secreto da Iugoslávia na era comunista, foram considerados culpados de cumplicidade no assassinato do compatriota Stjepan Durekovic, que foi encontrado morto devido a tiros e ferimentos na cabeça em uma garagem na cidade de Wolfratshausen em 1983.
Sob pressão da Alemanha, a Croácia extraditou os dois homens em 2014.
Os promotores alegaram que o assassinato de Durekovic foi encomendado por um destacado político iugoslavo. As atividades de Durekovic como dissidente parecem ter sido o motivo do crime, mas o político queria evitar que o ativista revelasse os negócios ilegais de seu filho na petrolífera estatal INA, de acordo com o indiciamento --Durekovic chefiou a INA antes de partir para o Ocidente.
O dono da garagem, que ganhou a confiança de Durekovic, também foi sentenciado à prisão perpétua em 2008. À época, a corte descobriu que 22 croatas foram assassinados na então Alemanha Ocidental a pedido da liderança iugoslava.
(Por Joern Poltz)