Por Anthony Deutsch e Toby Sterling e Alistair Smout
AMSTERDÃ/LONDRES (Reuters) - Alemanha, França e outros governos europeus anunciaram planos para retomar o uso da vacina da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) contra a Covid-19 nesta quinta-feira, após agências reguladoras britânicas e europeias se pronunciarem para aumentar a confiança em relação ao imunizante, dizendo que os benefícios superam os riscos.
Relatos raros de coágulos sanguíneos cerebrais levaram mais de uma dezena de países a suspender o uso da vacina, em mais um desafio para a ambição da AstraZeneca de produzir "uma vacina para o mundo", enquanto o número global de mortes pelo coronavírus passa de 2,8 milhões.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu após uma investigação de 30 casos de distúrbios sanguíneos incomuns que os benefícios da vacina na proteção às mortes e hospitalizações relacionadas ao coronavírus supera os possíveis riscos, embora tenha dito que a ligação entre a formação de coágulos sanguíneos no cérebro e a vacina não pode ser descartada de maneira definitiva.
"Esta é uma vacina segura e eficaz", disse a diretora da EMA, Emer Cook, em pronunciamento. "Se fosse comigo, eu seria vacinada amanhã."
Dentro de horas, a Alemanha anunciou que vai retomar a vacinação com as doses da AstraZeneca na sexta-feira de manhã. O ministro da Saúde, Jens Spahn, disse que a suspensão da vacina por cautela havia sido a decisão correta "até que essa formação desse tipo raro de trombose fosse examinada".
A França também afirmou que retomará o uso da vacina e o ministro Jean Castex disse que tomaria ele mesmo a vacina na tarde de sexta-feira.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, disse que a Itália fará o mesmo e que a prioridade de seu governo continua sendo vacinar o máximo de pessoas o mais rápido possível.
A Espanha anunciou que está avaliando uma possível retomada, enquanto Chipre, Letônia e Lituânia disseram que reiniciarão a aplicação da vacina.