Por Patricia Uhlig e Michelle Martin
WIESBADEN, Alemanha/BERLIM (Reuters) - Um tunisiano postulante a asilo preso nesta quarta-feira pela suspeita de planejar um ataque na Alemanha também era procurado em Túnis em conexão com um atentado mortífero ao Museu do Bardo, informaram autoridades alemãs.
O homem de 36 anos é suspeito de ser um recrutador para o Estado Islâmico na Alemanha a partir de agosto de 2015 e criado uma rede de apoiadores visando realizar um ataque terrorista, disse a procuradoria de Frankfurt em um comunicado.
O tunisiano entrou em território alemão pedindo asilo no mesmo mês de agosto, disse a procuradoria, cinco meses depois de atiradores islâmicos invadirem o Museu do Bardo e matarem 21 turistas estrangeiros. A Tunísia suspeita que ele esteve envolvido nessa ação, acrescentou.
A agressão no museu foi o primeiro grande ataque militante contra a Tunísia na esteira dos levantes da Primavera Árabe de 2011. Três meses mais tarde, homens armados atacaram um hotel à beira-mar e mataram 39 pessoas a tiros, a maioria britânicos em férias.
O jornal alemão Die Welt identificou o suspeito como Haikel S. e disse que ele chamou a atenção das agências de segurança do país na última década por ser um salafista radical.
"O principal suspeito é um tunisiano de 36 anos que se suspeita fortemente ter trabalhado para a organização terrorista estrangeira que chama a si mesma de 'Estado Islâmico' como recrutador... com o objetivo de realizar um ataque terrorista na Alemanha", disse o comunicado.
A Tunísia suspeita que ele tenha "se envolvido no planejamento e na execução do ataque ao Museu do Bardo em Túnis" e em um ataque em uma cidade fronteiriça no ano passado, acrescentou o informe.
De acordo com o Die Welt, investigadores disseram que ele vinha mantendo contato com uma célula do Estado Islâmico responsável por "operações externas" e que havia planejado atentados na Europa. A Reuters não conseguiu verificar esse relato de forma independente de imediato.