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Aliados da Otan oferecem garantias de segurança para Ucrânia a caminho da adesão

Publicado 12.07.2023, 09:25
Atualizado 12.07.2023, 09:30
© Reuters. Cúpula da Otan em Vilnius
 12/7/2023   REUTERS/Yves Herman

Por Andrew Gray e John Irish e Steve Holland e Sabine Siebold

VILNIUS (Reuters) - Estados Unidos, Reino Unido e aliados globais se preparavam para revelar novas garantias de segurança para a Ucrânia em uma cúpula da Otan, nesta quarta-feira, visando proteger o país de futuros ataques, enquanto Kiev se esforça para se tornar membro da aliança.

A perspectiva de proteção de longo prazo dos membros do bloco militar mais poderoso do mundo ocorre um dia depois que o presidente Volodymyr Zelenskiy considerou "absurda" a recusa da Otan em oferecer um convite ou cronograma para entrada da Ucrânia na aliança.

A Ucrânia tem pressionado por uma adesão rápida à Otan enquanto luta contra uma invasão russa desencadeada em fevereiro de 2022 que matou dezenas de milhares de pessoas e deslocou milhões.

Em vez disso, uma declaração dos países mais industrializados do mundo do G7 "estabelecerá como os aliados apoiarão a Ucrânia nos próximos anos para acabar com a guerra e impedir e responder a qualquer ataque futuro", informou um comunicado do governo britânico.

Na prática, isso viria como acordos bilaterais com Kiev sobre ajuda militar e financeira de longo prazo para manter o Exército e a economia da Ucrânia funcionando. O G7 é formado por Estados Unidos, Alemanha, Japão, França, Canadá, Itália e Reino Unido.

Engolindo sua decepção com a falta de um cronograma de adesão, Zelenskiy afirmou nesta quarta-feira que os resultados da cúpula em Vilnius foram bons no geral e saudou uma série de anúncios de nova ajuda militar de aliados.

No entanto, Zelenskiy pressionou por mais e disse que levantaria a necessidade da Ucrânia de armas de longo alcance em uma reunião com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na cúpula.

"Podemos afirmar que os resultados da cúpula são bons, mas se houvesse um convite seriam ideais", declarou Zelenskiy.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que Biden seria aberto com Zelenskiy sobre a justificativa para a decisão da Otan sobre a adesão.

"Ele sabe que o presidente Zelenskiy tem opiniões fortes e não tem medo de expressar essas opiniões. E ele, presidente Biden, também é muito direto, honesto e sincero com o presidente Zelenskiy", disse Sullivan à MSNBC.

A Otan, uma aliança construída em torno de garantias mútuas de segurança - o conceito de que um ataque a um é um ataque a todos - evitou cuidadosamente estender quaisquer compromissos militares firmes à Ucrânia, preocupada com o risco de aproximá-la de uma guerra total com a Rússia.

© Reuters. Cúpula da Otan em Vilnius
 12/7/2023   REUTERS/Yves Herman

A Ucrânia desconfia profundamente de quaisquer "garantias" de segurança menos vinculativas, uma vez que a invasão da Rússia já esmagou o chamado Memorando de Budapeste, sob o qual as potências internacionais se comprometeram a manter o país seguro em troca de Kiev desistir de suas armas nucleares da era soviética.

Falando ao lado de Zelenskiy, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a Ucrânia está mais próxima da aliança do que nunca e ignorou novos alertas da Rússia sobre as consequências de apoiar a Ucrânia.

"A Ucrânia tem o direito de escolher seu próprio caminho", afirmou Stoltenberg, acrescentando: "Não cabe a Moscou decidir". As garantias de segurança para a Ucrânia têm de ser "críveis", disse ele, a fim de impedir a Rússia de futuros ataques.

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