Por Richard Lough e Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - A busca do candidato governista Daniel Scioli por eleitores indecisos no segundo turno das eleições presidenciais da Argentina sofreu um duro golpe nesta quarta-feira quando dois dos principais aliados do terceiro colocado, Sergio Massa, disseram que não votariam nele.
O segundo colocado, Mauricio Macri, já tem alguma força no início da corrida para a votação de 22 de novembro, depois que seu bom desempenho no pleito de domingo desafiou as pesquisas e chocou a coalizão governista Frente para a Vitória, que esperava vencer no primeiro turno.
José Manuel de la Sota, governador de Córdoba e figura importante na aliança de Massa, disse que o governo esquerdista da presidente Cristina Kirchner foi "antifederal e autoritário" em grande estilo. O ex-ministro da Economia Roberto Lavagna afirmou que queria ver "mudança".
Enquanto Scioli e seu adversário conservador Macri disputam os 5 milhões de eleitores de Massa, os políticos da aliança Uma Nova Alternativa, de Massa, estão reunidos em um hotel de Buenos Aires para elaborar um plano de prioridades políticas.
Aliados de Massa disseram na segunda-feira à Reuters que o documento teria mais aspectos em comum com a plataforma de campanha pró-mercado de Macri e seria um "aceno" tácito nessa direção.
"O Kirchnerismo não fez bem ao país", disse De la Sota a jornalistas, referindo-se ao nome dado ao populismo de esquerda de Cristina e seu falecido marido e antecessor Néstor Kirchner. "Ficou bêbado no poder."
Perguntado se votaria em Scioli, De la Sota disparou um categórico "não".
De acordo com Massa, o plano de prioridades políticas busca assegurar que o próximo presidente seja eleito para romper com as políticas intervencionistas de Cristina.
"Não estamos à procura de postos ministeriais. Estamos olhando para a mudança", disse Massa a repórteres ao entrar na reunião.
(Reportagem de Richard Lough e Maximilian Heath)