Por Anthony Esposito
SANTIAGO (Reuters) - Depois de uma escalada cansativa por causa do ar rarefeito das montanhas dos Andes, uma equipe da expedição anunciou ter localizado a fuselagem de um avião de passageiros que desapareceu mais de meio século atrás.
O Douglas DC-3, de duas hélice, da LAN Chile Douglas, foi dado como desaparecido em 3 de abril de 1961, perto da cidade de Linares, cerca de 300 quilômetros ao sul da capital chilena, Santiago. Oito jogadores e o treinador do time de futebol Cruz Verde, bem como três árbitros, estavam entre os 24 passageiros a bordo do avião.
A LAN Chile, agora parte da Latam Airlines, maior companhia aérea da região, era estatal na época do acidente.
Equipes de resgate encontraram a parte final da cauda da aeronave e alguns restos humanos uma semana depois do acidente, disse à Reuters um funcionário que pediu para não ser identificado, mas o esforço de recuperação dos corpos foi abandonado por causa de sua localização perigosa e remota, perto dos picos nevados.
A redescoberta do avião está lançando nova luz sobre a tragédia, e reacende as esperanças de uma despedida muito aguardada por alguns dos parentes ainda vivos dos passageiros.
Para chegar ao local do acidente, 3.000 metros acima do nível do mar, a equipe de montanhismo de nove membros viajou dois dias a cavalo, atravessando riachos e barrancos, e depois passou mais dois dias escalando as montanhas. Levou mais dois dias para voltar.
Para o líder da equipe expedição, Lower López, que fez duas tentativas sem sucesso no ano passado para localizar o avião, a terceira foi um grande êxito. O período de janeiro a abril normalmente é a melhor época do ano para subir os Andes chilenos ao sul da capital.
Sua equipe localizou peças do avião, incluindo uma hélice, espalhadas sobre uma encosta rochosa. "Nós também encontramos restos humanos", disse López à Reuters na segunda-feira.
Vários membros da família querem fazer a viagem para o local por conta própria para uma cerimônia de despedida.
"Eles querem ir lá em cima, encerrar um capítulo em suas vidas, ver onde o avião e os restos mortais de seus entes queridos estão", disse López, acrescentando que alguns familiares o cumprimentaram pessoalmente.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com parentes dos ocupantes do avião.
"Se eles não tiverem condições físicas para irem lá, não vou subir com eles ... é muito perigoso", acrescentou López.