Por Alicia Powel
NOVA YORK (Reuters) - Nove anos após sua morte aos 28 anos, espectadores estão vendo um lado diferente do ator australiano Heath Ledger através das lentes de sua própria câmera.
O documentário “I Am Heath Ledger” utiliza milhares de horas de vídeos gravados por Ledger, assim como seus trabalhos artísticos e vídeos musicais, para criar um retrato do jovem ator que conquistou Hollywood por papeis como “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Batman – O Cavaleiro das Trevas”.
O filme também busca contrariar a percepção persistente de que Ledger estava em depressão severa quando teve uma overdose acidental de analgésicos e remédios para ansiedade e insônia.
"Ele era muito feliz e estava amando a vida. Ele lutou contra alguns demônios, mas o único lado para o qual se dirigia era para frente”, diz o empresário de Ledger em Hollywood, Steve Alexander, no filme, que estreou no festival de cinema de Tribeca nesta semana.
Em vez de focar na morte do ator, em janeiro de 2008 em Nova York, o filme usa vídeos de arquivo de Ledger e entrevistas com familiares e amigos próximos para “celebrar a vida de Heath e contar a história deste ator de várias faces”, disse o diretor e produtor Derik Murray à Reuters Television.
O filme apresenta Ledger como uma força da natureza que ansiava por aventura, era generosa com os amigos e cujas paixões iam de xadrez a produção de vídeos musicais. Sua energia sem fim também significa que ele raramente dormia uma noite inteira.
Embora amigos de Ledger, incluindo Naomi Watts e o diretor Ang Lee, tenham sido entrevistados para o filme, Michelle Williams – ex-noiva do ator e mãe de sua filha, Matilda – decidiu não participar, segundo sua porta-voz.
Murray disse que o apoio de Michelle foi integral ao filme, “mas ela realmente não sentiu vontade de estar na frente da câmera”.
Ledger foi encontrado morto poucos meses após o casal se separar e pouco depois de filmar seu papel como o Coringa em “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, pelo qual recebeu um Oscar póstumo.