Por Sebastien Malo
NOVA YORK (Thomson Reuters Foundation) - Ambientalistas dos Estados Unidos comemoraram a eleição de candidatos que prometeram um "New Deal Verde", mas alertaram que será difícil cumprir metas ecológicas no governo do presidente Donald Trump.
O Congresso receberá quatro deputados novos que fizeram campanha defendendo um programa de obras públicas --semelhante ao New Deal do presidente Franklin D. Roosevelt, que ajudou a acabar com a depressão nos anos 1930-- com o objetivo de criar uma economia de energias renováveis.
Mas o plano precisará de uma embalagem diferente, disse Brian Greenhill, cientista político da Universidade de Albany, tendo em conta que Trump revogou regulamentos climáticos e disse não acreditar no aquecimento global causado pelo homem.
"Não consigo imaginar que, no governo Trump, qualquer coisa rotulada como 'um New Deal Verde' tenha sucesso, especialmente se for formulado em termos do aquecimento global", disse ele à Thomson Reuters Foundation.
Mas, segundo ele, o plano parece ser "muito simples" depois das conversas recentes entre republicanos e democratas da Câmara dos Deputados sobre infraestrutura como uma área na qual os dois partidos podem chegar a um consenso.
As vitórias verdes coincidiram com contratempos nos Estados do Colorado, Arizona e Washington, cujos eleitores rejeitaram iniciativas para reduzir os combustíveis fósseis diminuindo a prospecção, adotando uma taxa sobre emissões de carbono e exigindo o uso mais amplo de energias renováveis.
Jason Albritton, diretor da Nature Conservancy, disse que, embora "decepcionado" com a rejeição das medidas estaduais, tratar das questões ambientais através da criação de empregos "é um caminho em potencial para o sucesso".
A defensora mais explícita do New Deal Verde é Alexandria Ocasio-Cortez, educadora de 29 anos que conquistou uma cadeira no Estado de Nova York.
Alexandria disse ver o New Deal Verde como um programa comparável em escala ao Plano Marshall, iniciativa apoiada pelos EUA para reerguer a Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial, mas voltado para as energias renováveis.
Cassady Craighill, porta-voz do Greenpeace, disse que o plano pode se revelar um conceito "poderoso", mas que dar mais substância aos detalhes "do que significa um New Deal Verde deveria ser uma prioridade".