Por Jonathan Landay
KIEV, Ucrânia (Reuters) - A Anistia Internacional afirmou nesta sexta-feira que há evidências convincentes de que tropas russas cometeram crimes de guerra, incluindo execuções extrajudiciais de civis, quando ocuparam uma área perto da capital da Ucrânia em fevereiro e março.
Civis também sofreram abusos como "tiros desenfreados e tortura" nas mãos das forças russas durante seu ataque fracassado em Kiev nos estágios iniciais da invasão lançada pelo Kremlin em 24 de fevereiro, disse o grupo de direitos humanos em um relatório.
"Estes não são incidentes isolados. Eles fazem parte de um padrão onde quer que as forças russas estejam no controle de uma cidade ou vila", disse Donatella Rovera, conselheira sênior de resposta a crises da Anistia, em entrevista coletiva em Kiev.
As informações recolhidas pelo grupo "podem ser usadas, espero, para responsabilizar os autores, se não hoje, um dia no futuro", declarou ela.
A Rússia, que chama sua invasão de "operação especial" para desarmar a Ucrânia e protegê-la dos fascistas, nega que suas forças tenham cometido abusos. Kiev e seus apoiadores ocidentais dizem que a alegação de fascismo é um falso pretexto para uma guerra de agressão não provocada.
Autoridades ucranianas afirmam que estão investigando mais de 9.000 potenciais crimes de guerra cometidos por tropas russas. O Tribunal Penal Internacional também está investigando supostos crimes de guerra.
O relatório da Anistia é o mais recente a documentar supostos crimes de guerra cometidos por forças russas quando ocuparam uma área a noroeste de Kiev, incluindo a cidade de Bucha, onde autoridades ucranianas dizem que mais de 400 civis foram mortos. Moscou retirou suas tropas de lá no início de abril.