Por James Oliphant e Nathan Layne
WASHINGTON (Reuters) - Políticos republicanos dos Estados Unidos estão usando seu predomínio em câmaras estaduais ao redor do país para se oporem à pauta do presidente Joe Biden, um democrata, e cortejar os apoiadores radicais de seu antecessor republicano, Donald Trump.
No Texas, parlamentares republicanos estão pressionando pela aprovação de legislações que permitiriam que cidadãos portassem armas sem permissão oficial nem treinamento.
Na Flórida, Oklahoma e Iowa, parlamentares republicanos aprovaram projetos de lei que concedem imunidade a motoristas que atropelam manifestantes, como parte de uma onda de legislações lideradas por republicanos que visa reprimir protestos públicos do tipo que se seguiu ao assassinato de George Floyd nas mãos da polícia.
Em todo o país, diversos Estados aprovaram projetos de lei que impedem que atletas transgênero pratiquem esportes no ensino médio.
Na quinta-feira, o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, assinou um novo projeto de lei abrangente que limita a votação pelo correio e as caixas de coleta de cédulas, tornando o Estado o mais recente dos que restringem o acesso ao voto na esteira das alegações falsas de Trump de que ele perdeu a eleição de novembro para Biden devido à fraude generalizada.
Estas ações são um contraste acentuado com a agenda dos primeiros meses do governo Biden, que busca uma pauta progressista abrangente de direitos civis, reforma policial, controle de armas e direito ao voto.
Embora os democratas controlem a Casa Branca e as duas câmaras do Congresso, os republicanos dominam as câmaras estaduais. Como os democratas tiveram um desempenho sofrível no nível estadual nas eleições de 2020, os republicanos agora controlam as legislaturas de 30 Estados e o governo de 23 deles.
Os republicanos estão usando este poder como "contrapeso da trinca democrata" em Washington, disse Dee Duncan, presidente do Comitê de Liderança Republicana Estadual.
Mas grupos de direitos civis, democratas e até alguns republicanos dizem que o partido está dobrando a aposta em uma série de questões sociais e culturais polarizadoras só para apelar à sua base ativista.
"É uma combinação tóxica de política de ressentimento e as guerras culturais tradicionais", disse David Jolly, ex-congressista republicano da Flórida que deixou a sigla por causa de Trump.