JUBA (Reuters) - Pelo menos 115 soldados de facções rivais do Sudão do Sul foram mortos durante tiroteios na capital Juba, disse neste sábado um porta-voz militar da oposição, em meio ao frágil processo de paz em um país que ainda se recupera de uma guerra civil de dois anos.
A batalha armada teve início na noite de sexta-feira perto da sede do Executivo, onde o presidente, Salva Kiir, e o vice-presidente, Riek Machar, antigos rivais, estavam reunidos para negociar.
Os dois disseram não saber o que desencadeou o confronto entre as duas facções e pediram calma.
William Gatjiath Deng, porta-voz da facção de Machar, disse que o confronto havia ocorrido perto da sede do Executivo e em instalações militares.
"De manhã, nós coletamos e contamos 35 (mortos) por parte do SPLM-IO (facção de Machar) e 80 pessoas por parte das forças do governo", disse ele.
Deng disse que o número de mortos pode aumentar do lado das forças de Machar "porque há alguns soldados gravemente feridos".
Já o governo não emitiu nenhum comunicado sobre a situação em Juba.
Pelo menos cinco combatentes foram mortos na quinta-feira em confrontos semelhantes.
A mais nova nação africana saiu de uma guerra civil de dois anos que teve início em dezembro de 2013, quando Kiir demitiu Machar da função de vice-presidente.
O conflito foi em grande parte étnico, com Kiir conquistando principalmente o apoio de sua tribo Dinka, ao passo que Machar foi apoiado pela tribo dos Nuer.
Um acordo de paz em agosto passado encerrou a guerra, mas Kiir e Machar ainda têm de integrar as suas forças, o que é parte essencial do acordo.
Os conflitos de quinta e sexta-feira foram o primeiro grande surto de violência em Juba desde que Machar retornou à capital em abril, após a sua renomeação como vice-presidente.
Uma testemunha ouvida pela Reuters disse no sábado que a cidade de Juba estava calma mas tensa com bloqueios montados em algumas ruas. Veículos militares pesados podiam ser vistos fazendo patrulha e a maioria dos comércios estavam fechados.