Por Johnny Cotton e Elly Park
PARIS/NOVA YORK (Reuters) - Poucos meses antes de seu aniversário de 90 anos, a diretora francesa Agnès Varda está concorrendo ao seu segundo Oscar em um ano, graças a uma improvável parceria com o artista de rua JR em um documentário que retrata o dia a dia de uma pequena cidade da França.
Varda --figura de destaque do movimento cinematográfico francês "Nouvelle Vague" das décadas de 1950 e 1960 e contemporânea de François Truffaut e Jean-Luc Godard-- ganhou, em novembro, um Oscar honorário por sua carreira, que inclui títulos como "Cléo das 5 às 7" e "Os Catadores e Eu".
Com "Visages, Villages", a diretora foi indicada, junto com o artista de rua de 35 anos JR, à categoria de melhor documentário em longa-metragem. Se o filme levar o prêmio, Agnès Varda será a pessoa mais velha a ganhar um Oscar em uma categoria competitiva.
No documentário, a dupla dirigiu por cantos pouco conhecidos da França em um caminhão disfarçado de uma cabine fotográfica gigante, fotografando moradores e colando os resultados em grande escala em superfícies que vão de paredes a contêiners.
O carteiro, as esposas de trabalhadores portuários, um fazendeiro solitário: as estrelas do filme são todas pessoas sem poder, disse Varda à Reuters em seu jardim em Paris.
"Andy Warhol disse que todo mundo deveria ter um momento de fama... Nós estamos dizendo às pessoas que elas são importantes: elas são importantes para nós, elas são importantes no filme, elas são importantes para você que está assistindo", disse.