WASHINGTON (Reuters) - O governo dos Estados Unidos amenizou uma restrição para que moradores do país detentores de green card --a autorização para residência de estrangeiros-- voltem para casa depois de um fim de semana de confusão, protestos e revolta mundial contra o decreto de imigração do presidente Donald Trump.
O decreto assinado na tarde de sexta-feira, que limitou a entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, foi recebido com consternação nos aeroportos enquanto agentes da Alfândega e da Proteção de Fronteiras lutavam para tomar pé das novas regras.
Protestos irromperam em todo o país, ações civis foram apresentadas em tribunais e um juiz federal proibiu a deportação de pessoas detidas segundo o decreto, que atraiu críticas de ativistas pró-imigração e direitos humanos, parlamentares democratas e republicanos de destaque.
O senador Bob Corker, republicano que preside o Comitê de Relações Exteriores do Senado e apoia Trump, disse que o decreto presidencial foi mal implementado, particularmente para portadores de green card.
"O governo deveria fazer revisões apropriadas imediatamente, e tenho esperança de que, após uma revisão minuciosa e a implementação de melhorias de segurança, muitos deste programas serão aprimorados e restabelecidos", disse Corker.
O Departamento de Segurança Interna (DHS, na sigla em inglês), que supervisiona as agências de alfândega, fronteiras e imigração, teve dificuldade para interpretar e implementar o decreto ao longo do final de semana.
O destino dos donos de green card causou confusão em especial, já que tanto o DHS quanto autoridades do governo disseram que os cidadãos dos sete países afetados que possuem estes documentos serão rejeitados sem um processo de averiguação.
Todos os portadores de green card foram incluídos no decreto de Trump e obrigados a passar por uma checagem adicional antes de voltarem ao país, relataram funcionários do governo no sábado.
No final do domingo, o DHS informou que estes cidadãos legalizados serão readmitidos, mas sujeitos a verificações de segurança.
Trump defendeu o decreto presidencial como algo que serve aos interesses da segurança nacional, e disse que as sete nações visadas foram identificadas pela gestão Obama como "fontes de terror".
Em um comunicado divulgado após um final de semana caótico, o novo mandatário republicano expressou compaixão pelos sírios afetados pela guerra civil e outros em fuga da opressão e enfatizou que os EUA irão começar a emitir vistos para todos os países assim que as medidas de segurança forem avaliadas.
(Por Doina Chiacu e Susan Heavey)