Por Daniela Desantis
ASSUNÇÃO (Reuters) - O Partido Colorado - uma máquina política conservadora que tem dominado o poder no Paraguai há oito décadas - pode enfrentar um grande desafio nas urnas no próximo mês.
Os eleitores dizem que querem mudanças e estão fartos das disputas internas do partido e das alegações de corrupção, o que abre as portas para uma ampla aliança de oposição conquistar o poder.
A eleição de turno único em 30 de abril escolherá o próximo presidente, parlamentares e governadores regionais.
Pesquisas de opinião sugerem que a disputa presidencial será uma batalha acirrada entre o economista do Partido Colorado Santiago Peña, e o advogado Efraín Alegre, do oposicionista Concertación Nacional, à frente de uma aliança grande, mas fragmentada, de opositores.
Em jogo estão os longos laços diplomáticos do Paraguai com Taiwan. Alegre prometeu quebrá-los para abrir os setores de exportação de soja e carne bovina do país para a China.
Alegre também prometeu reduzir contas de energia, lançar mais programas de bem-estar social e promover reformas judiciais. Peña, por sua vez, está prometendo "reformas trabalhistas" para criar mais empregos e endurecer a luta contra o crime e as drogas.
Desde o regime de partido único na década de 1950, os Colorados governam sem interrupção, exceto pela Presidência de Fernando Lugo entre 2008 e 2012, que terminou em impeachment.
Muitos eleitores dizem que sentem que é hora de algo novo.
"Quero que haja mudanças, não quero mais ver os Colorados controlando tudo", disse Karina Galindo, uma designer gráfica de 50 anos, na capital Assunção.
No entanto, o Partido Colorado mantém uma poderosa máquina de campanha eleitoral e base de apoio que remonta a gerações. Isso pode influenciar o resultado a seu favor, disse Marcello Lachi, um cientista político baseado no Paraguai.
(Por Daniela Desantis)