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Apesar de progresso, negociações sobre programa nuclear do Irã têm impasse em detalhes

Publicado 01.04.2015, 12:06
Atualizado 01.04.2015, 12:11
© Reuters. Negociações do Irã com potências sobre o programa nuclear iraniano em Lausanne

Por Louis Charbonneau e John Irish e Parisa Hafezi

LAUSANNE, Suíça (Reuters) - Potências mundiais e o Irã estavam próximos de um acordo preliminar sobre o programa nuclear iraniano nesta quarta-feira, quando a maratona de negociações avançou por mais um dia, mas estavam travadas em impasse sobre detalhes-chave, como a suspensão das sanções da ONU e o futuro da pesquisa atômica de Teerã.

Os negociadores encerrara, as conversas na cidade suíça de Lausanne nas primeiras horas da manhã sob um ar de caos e desunião, em que as delegações competiam para expressar os seus contraditórios pontos de vista.

As seis potências -Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Rússia e China- buscam impedir que o Irã desenvolva a capacidade para ter uma bomba atômica, aliviando, em troca, as sanções internacionais que prejudicam a economia iraniana. O Irã diz que o seu programa nuclear é pacífico.

O ministro do Exterior francês, Laurent Fabius, voltou a Paris porque as negociações não haviam avançado o suficiente para um "acordo imediato".

No entanto, quando os principais negociadores das potências internacionais se encontraram com o ministro do Exterior do Irã, Javad Zarif, de novo nesta quarta, a Rússia e o Irã expressaram otimismo de que um acordo inicial poderia ser alcançado.

O ministro do Exterior britânico, Philip Hammond, se mostrou cauteloso.

"Acho que temos uma estrutura ampla para um entendimento, mas há alguns temas-chave que precisam ser trabalhados", afirmou à BBC.

Diplomatas ocidentais declararam que o Irã havia na terça-feira reafirmado os seus "direitos nucleares", sugerindo que as conversas de novo não progrediam à medida que elas entravam no sétimo dia.

Autoridades alertaram que qualquer acordo seria provavelmente frágil e incompleto.

"Esperamos finalizar as conversas na quarta à noite. Insistimos na suspensão das sanções financeiras, bancárias e relacionadas a petróleo imediatamente. Para outras sanções podemos encontrar um caminho", disse o negociador iraniano Abbas Araqchi à TV estatal. "Insistimos em continuar pesquisando e desenvolvendo com centrífugas avançadas", afirmou.

Zarif declarou que as negociações haviam sido "muito boas", apesar de reconhecer que havia temas a serem trabalhados.

Um acordo preliminar seria um marco importante para um acordo definiti)

vo, que tem como prazo final o fim de junho, que poderia terminar com 12 anos de impasse entre o Irã e as potências mundiais e reduzir os riscos de outra guerra no Oriente Médio.

Os EUA ameaçaram na terça-feira deixar o processo se as negociações não produzissem um acordo geral.

As negociações não avançaram nos temas da pesquisa nuclear iraniana, da suspensão das sanções e da retomada das mesmas se o Irã ferir o acordo.

O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, que voltou a Moscou, afirmou que os negociadores alcançaram um acordo geral em "todos os aspectos chaves".

No entanto, um diplomata negou que tal acordo houvesse sido alcançado, e o ministro francês Laurent Fabius partiu dizendo que só retornaria caso "necessário".

"As coisas progrediram, mas não o suficiente para que possamos alcançar um acordo imediato", disse ele à imprensa em Paris. "Estamos firmes. Queremos um acordo robusto com checagens detalhadas".

A China alertou sobre um fracasso e pediu que todos os lados busquem uma posição intermediária.

© Reuters. Negociações do Irã com potências sobre o programa nuclear iraniano em Lausanne

"Se as negociações ficarem paralisadas, todo o esforço prévio para resolver o impasse nuclear iraniano com as seis potências terá sido um desperdício", declarou um raro comunicado da delegação chinesa, depois que o ministro Wang Yi deixou Lausanne.

O governo dos Estados Unidos havia se comprometido a chegar a um acordo político geral até o final de março.

(Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Lausanne, Gabriela Baczynska em Moscou e Elizabeth Pineau em Paris)

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