MADRI (Reuters) - Os apoiadores do primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, preparavam atos nesta sexta-feira para pedir que o premiê permaneça no cargo, após ele anunciar nesta semana que estava considerando renunciar, à medida que um tribunal analisa alegações de corrupção empresarial feitas contra sua esposa.
Líderes e políticos de esquerda europeus e latino-americanos, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se uniram aos apelos para que o líder socialista, no cargo há seis anos, não renuncie.
Escritórios locais do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) organizaram ônibus para levar seus apoiadores a um ato de apoio ao primeiro-ministro planejada para a manhã de sábado em Madri.
Sánchez, de 52 anos, surpreendeu tanto os adversários quanto os aliados quando disse, na quarta-feira, que estava tirando vários dias de folga do serviço público para considerar a possibilidade de renúncia.
Ele fez o anúncio no mesmo dia em que um tribunal disse que investigará sua esposa, Begoña Gómez, por tráfico de influência e corrupção empresarial -- alegações que ele disse serem falsas e orquestradas por seus oponentes conservadores.
Um juiz está investigando as alegações, e um outro tribunal está analisando um recurso da procuradoria de Madri para arquivar o caso por falta de provas.
"Preciso fazer uma pausa e pensar", escreveu Sánchez em sua carta ao público na quarta-feira. "Neste momento, tenho que me perguntar: será que tudo isso vale a pena?".
Sánchez, que garantiu outro mandato para os socialistas no ano passado como líder de um governo de coalizão minoritário, disse que anunciará sua decisão na segunda-feira.
Na quinta-feira, Lula disse na plataforma X que havia conversado com Sánchez para pedir que ele continuasse realizando seu papel por uma Espanha mais "justa, próspera e humana", acrescentando que sua liderança é importante para o país, a Europa e o mundo.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que denunciou uma "máquina de lama" de extrema-direita que busca impedir políticas progressistas, também expressou seu apoio a Sánchez.
Os aliados mais próximos de Sánchez disseram estar confiantes de que o primeiro-ministro permanecerá no cargo.
"Não temos outro cenário", a não ser que ele continue após seu período de reflexão, disse o ministro do Gabinete, Félix Bolaños, a repórteres nesta sexta-feira.
(Por Emma Pinedo e Belen Carreño)