Por Matt Spetalnick e Michael Martina
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atingido por reveses consecutivos em sua tentativa desesperada de reverter a eleição presidencial, insistiu com alegações de fraude eleitoral neste sábado, duas semanas após o democrata Joe Biden ser declarado presidente eleito.
O republicano Trump tem se recusado a admitir que Biden venceu e está tentando invalidar ou alterar os resultados por meio de ações judiciais e recontagens em vários Estados cruciais. Sua campanha, entretanto, não conseguiu fornecer nenhuma evidência para as alegações de fraude eleitoral generalizada e coordenada.
Os esforços de Trump, que os críticos chamam de tentativa sem precedentes de um presidente em exercício para subverter a vontade dos eleitores, até agora tiveram pouco sucesso nos tribunais ou nas recontagens.
O secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, anunciou na sexta-feira que uma recontagem manual e uma auditoria de todas as cédulas confirmaram a vitória de Biden, o primeiro candidato presidencial democrata a ganhar na Geórgia em quase três décadas.
Dois importantes parlamentares republicanos de Michigan desferiram outro golpe contra o presidente na sexta-feira, quando disseram, após uma reunião com Trump, que não tinham informações que mudariam o resultado da eleição no Estado.
"(Como) líderes legislativos, seguiremos a lei e seguiremos o processo normal em relação aos eleitores de Michigan", disseram o líder da maioria no Senado, Mike Shirkey, e o presidente da Câmara dos Deputados, Lee Chatfield, em uma declaração conjunta.
Neste sábado, Trump disse que a mídia estava interpretando mal o comunicado, no qual os dois também disseram confiar em uma revisão do processo eleitoral de Michigan que está sendo conduzida por legisladores estaduais.
"Fraude eleitoral expressiva será mostrada!", escreveu Trump no Twitter.
Com a votação certificada na Geórgia, a campanha eleitoral de Trump agora tem dois dias úteis para solicitar uma recontagem no Estado. A equipe jurídica de Trump já disse que planeja um processo no Estado, mas não deu detalhes.
Depois de uma série de derrotas em tribunal, a nova tática da campanha de Trump é convencer as legislaturas controladas pelos republicanos em Estados decisivos vencidos por Biden a deixar de lado os resultados e declarar Trump o vencedor, de acordo com três pessoas familiarizadas com o plano.
O esforço está focado em Michigan e na Pensilvânia por enquanto, mas mesmo se ambos mudassem o resultado, Trump precisaria anular a votação em outro Estado para saltar à frente de Biden no Colégio Eleitoral.