Por Angelo Amante e Remo Casilli
CROTONE, Itália (Reuters) - A Itália prendeu três pessoas com suposto envolvimento no tráfico de até 200 imigrantes a bordo de um barco de madeira que se chocou em rochas no sul da Itália no domingo, matando pelo menos 64 pessoas, informou a polícia nesta terça-feira.
O tenente-coronel Alberto Lippolis disse que um turco e dois cidadãos paquistaneses levaram o barco da Turquia para a Itália, apesar do clima terrível, e foram identificados pelos sobreviventes como "os principais culpados da tragédia".
"De acordo com as investigações iniciais, eles supostamente pediram aos imigrantes cerca de 8.000 euros cada para a viagem mortal", disse Lippolis, comandante de uma equipe de polícia financeira na região da Calábria. "Todos os três foram presos."
Um dos paquistaneses é menor de idade, afirmou uma fonte judicial, acrescentando que a polícia procura um quarto suspeito, que é turco.
O barco atingiu as rochas e quebrou na madrugada de domingo em mar agitado perto da cidade de Steccato di Cutro.
As equipes de resgate retiraram um homem morto do mar na terça-feira, elevando o número de corpos recuperados até agora para 64, incluindo cerca de 14 crianças. Houve 80 sobreviventes, que disseram que o barco transportava entre 150 a 200 imigrantes.
"Continuaremos procurando... no mar até termos certeza de que encontramos todos", disse Rocco Mortato, membro da equipe de mergulho submarino do corpo de bombeiros.
O barco partiu do porto de Izmir, no oeste da Turquia, no final da semana passada. As equipes de resgate disseram que a maioria dos imigrantes era do Afeganistão, com outros vindo de Paquistão, Irã, Somália e Síria.