Por Marwa Rashad e Aziz El Yaakoubi
MECA, Arábia Saudita (Reuters) - O rei Salman, da Arábia Saudita, disse nesta sexta-feira em uma reunião de cúpula de países árabes convocada de emergência que ações decisivas são necessárias para deter as "escaladas" iranianas depois de ataques à infraestrutura de petróleo no Golfo Pérsico.
O direito da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos de defender seus interesses depois dos ataques a estações de produção de petróleo do reino e a navios-tanque no litoral dos Emirados foi apoiado em um comunicado de países do Golfo Pérsico e em uma declaração oficial separada publicada após a cúpula, que também tratou de outros assuntos.
O Irã negou qualquer envolvimento nos ataques. Como sinal das tensões regionais, o Iraque, que tem boas relações com o vizinho Irã e com os EUA, disse ter objetado à declaração árabe, que afirmou que qualquer cooperação com os iranianos deveria se basear na "não interferência em outros países".
"A ausência de uma postura dissuasiva firme contra o comportamento iraniano foi o que levou à escalada que vemos hoje", disse o rei Salman em duas reuniões consecutivas na noite de quinta-feira.
O líder do maior exportador de petróleo do mundo disse que o desenvolvimento nuclear e de mísseis do Irã e suas ameaças aos suprimentos mundiais de petróleo representam um risco à segurança regional e global.
A Arábia Saudita acusou o Irã de ordenar os ataques de drone, que foram reivindicados pelo houthis, aliados do Irã que estão combatendo uma coalizão liderada pelos sauditas no Iêmen em um conflito de quatro anos.
Na quinta-feira, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton, disse que indícios de que o Irã está por trás dos ataques aos navios-tanque serão apresentados ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) já na próxima semana.
(Reportagem adicional de David Brunnstrom, em Washington; Ali Abdelaty e Mohamed Elsherif, no Cairo; Guy Faulconbridge, em Londres; Lisa Barrington e Sylvia Westall, em Dubai; Eric Knecht, em Doha; e Babak Dehghanpisheh, em Genebra)