BUENOS AIRES (Reuters) - A Argentina formalizou nesta quarta-feira sua saída do Grupo de Lima por considerar que as ações adotadas pelo conjunto de países latino-americanos para isolar o governo da Venezuela e seus representantes "não levou a nada".
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores argentino acrescentou que, "por outro lado, a participação de um setor da oposição venezuelana como um integrante a mais do Grupo de Lima fez com que se adotassem posições que nosso governo não pôde nem pode acompanhar".
A governo do presidente de centro-esquerda da Argentina, Alberto Fernández, já havia deixado transparecer seu desagrado com o comportamento do grupo, no qual seu antecessor neoliberal, Mauricio Macri, teve um papel central criticando o governo de Nicolás Maduro.
"A melhor maneira de ajudar os venezuelanos é facilitando que haja um diálogo inclusivo que não favoreça nenhum setor em particular, mas que consiga eleições aceitas pela maioria com controle internacional. É claro, entretanto, que as autoridades venezuelanas não podem ignorar que produzir as condições para um diálogo que resulte produtivo é primordialmente sua responsabilidade", afirmou o documento argentino.
O texto acrescentou que "em um contexto em que a pandemia faz estragos na região, as sanções e bloqueios impostos à Venezuela e às suas autoridades, assim como as tentativas de desestabilização ocorridos no ano 2020, não fizeram mais que agravar a situação de sua população e, em particular, a de seus setores mais vulneráveis".
(Por Jorge Otaola)