ESTOCOLMO (Reuters) - O número de armas nucleares operacionais aumentou ligeiramente em 2022, à medida que os países implementaram planos de expansão e modernização de força de longo prazo, disse um importante centro de estudos sobre conflitos nesta segunda-feira, alertando que o mundo está entrando em uma fase perigosa.
O número estimado de ogivas em estoques militares para potencial uso disparou de 86 para 9.576, afirmou o Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (Sipri) em um comunicado, continuando uma tendência observada nos últimos anos.
"Estamos entrando em um dos períodos mais perigosos da história da humanidade", disse Dan Smith, diretor do Sipri.
“É imperativo que os governos do mundo encontrem maneiras de cooperar para acalmar as tensões geopolíticas, retardar as corridas armamentistas e lidar com o agravamento das consequências do colapso ambiental e do crescente fome mundial.”
A Rússia e os Estados Unidos possuem juntos quase 90% de todas as armas nucleares, mas o instituto disse que os tamanhos de seus respectivos arsenais parecem ter permanecido relativamente estáveis em 2022.
No geral, o número de ogivas nucleares no mundo continuou a diminuir, principalmente devido ao desmantelamento de ogivas aposentadas pelas duas potências.
Em um relatório separado publicado nesta segunda-feira, a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN), com sede em Genebra, disse que os nove países com os maiores arsenais nucleares do mundo gastaram 82,9 bilhões de dólares somados na modernização e expansão de seus armamentos no ano passado.
O relatório da ICAN informou que os Estados Unidos gastaram 43,7 bilhões de dólares, mais do que todos os outros estados com armas nucleares juntos.
(Reportagem de Johan Ahlander em Estocolmo; reportagem adicional de Gabrielle Tétrault-Farber em Genebra)