LONDRES (Reuters) - Uma exibição de pinturas da artista síria Sara Shamma recém-inaugurada em Londres mostra imagens de pessoas afetadas pela guerra civil de mais de quatro anos no país.
A mostra "World Civil War Portraits" se concentra nos retratos de pessoas desabrigadas, torturadas e mortas, tanto jovens quanto idosas.
"A principal inspiração é a guerra acontecendo na Síria no momento, e que está se espalhando por toda parte, da Síria ao Iêmen, ao Egito, à França e a Copenhague", disse Sara à Reuters. "Estas pinturas são sobre os mortos, 20 mil até agora... quero trazer esses mortos à vida. Quero vê-los, olhar através de seus olhos".
Nascida em Damasco em 1975, Sara era uma das artistas sírias mais conhecidas antes do início do conflito, em março de 2011. Ela fugiu do país com os dois filhos no ano seguinte, depois que um carro-bomba explodiu diante de seu apartamento, e se mudou para o Líbano, onde produziu seu trabalho mais recente. Seu marido ainda mora na Síria.
Uma das pinturas em exibição mostra Sara acariciando um crânio humano, como uma mãe cuidando daqueles que morrerram na guerra. Outra, "Açougueiro", foi inspirada por uma açougueira que Sara conheceu no Líbano. A artista disse que a mulher chorava e adoecia com frequência quando tinha que matar um bezerro, algo que Sara comparou às mortes na Síria.
"Acho que esta guerra agora está (chegando) na Europa... acho que esta guerra, se não parar imediatamente, irá chegar a vocês de algum modo, por isso não posso dizer que estou otimista", disse. "Acho que sou realista, mas não consigo ver nada de otimista no futuro próximo".
(Por Francis Maguire)