MADRI (Reuters) - Julian Assange, fundador do WikiLeaks, e atualmente preso, depôs em um tribunal de Madri por videoconferência do Reino Unido nesta sexta-feira, como parte de uma investigação sobre suas alegações de que uma empresa espanhola o espionou enquanto ele morou na embaixada do Equador em Londres.
O caso, sob os cuidados do juiz espanhol José de la Mata, se concentra nas alegações de que primeiro câmeras e depois microfones foram instaladas pela empresa espanhola de segurança privada Undercover Global S.L. na embaixada entre junho de 2017 e o início de 2018.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores equatoriano não quis comentar o caso.
As gravações, que supostamente captaram conversas entre Assange e seus advogados, podem ter sido distribuídas para partes como "autoridades do Equador e agentes dos Estados Unidos", de acordo com autos, que dizem que isso foi feito "provavelmente sob ordens da inteligência dos EUA".
A porta-voz da Agência Central de Inteligência norte-americana (CIA) não quis comentar.
"Finalmente o senhor Assange poderá depor como vítima deste suposto complô de espionagem que teria sido orquestrado pelos Estados Unidos", disse Aitor Martinez, um advogado de Assange que depôs como testemunha no caso.
Durante seu depoimento, Assange disse não estar ciente de que câmeras instaladas pela Undercover Global também estavam capturando áudio e insinuou que a vigilância provavelmente visou membros de sua equipe legal, de acordo com um porta-voz de seu advogado.
(Por Clara-Laeila Laudette, Belén Carreño e Ashifa Kassam)