Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - A Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta sexta-feira a indicação da ex-presidente chilena Michelle Bachelet como nova chefe de sua agência de direitos humanos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou a indicação de Bachelet na quarta-feira. Ela substituirá o jordaniano Zeid Ra'ad al-Hussein, que deixa o cargo no final do mês depois de um mandato de quatro anos exercido em Genebra.
Bachelet, que foi torturada pela ditadura de Augusto Pinochet, foi a primeira mulher a comandar o Chile, uma das economias mais desenvolvidas da região.
Ex-pediatra, Bachelet foi presidente entre 2006 e 2010 e foi popular graças às políticas sociais de seu governo e a um crescimento econômico estável durante seu mandato.
Depois ela liderou a ONU Mulheres, que apoia a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, entre 2010 e 2013. Ela retornou ao Chile e voltou a ser presidente de 2014 a março deste ano, defendendo uma política mais radical de taxação e gastos, o casamento gay e o direito ao aborto no país socialmente conservador.
No início deste mês Zeid disse a repórteres em Nova York que não buscou um segundo mandato por não acreditar que as potências mundiais, entre elas Estados Unidos, China e Rússia, o apoiariam.
Zeid fez críticas duras a algumas das políticas do presidente dos EUA, Donald Trump, e aos seus ataques à mídia.
A embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, disse em um comunicado emitido na quarta-feira que a Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos pode ter uma "voz forte" em questões cruciais.