Por Karen Freifeld e Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - Um dos principais assessores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a Ucrânia disse, nesta terça-feira, que ficou alarmado depois de ouvir o líder norte-americano pedir ao presidente ucraniano para investigar o político democrata Joe Biden, e que denunciou o caso a uma autoridade da Casa Branca por preocupações com a segurança nacional dos EUA.
O tenente-coronel do Exército Alexander Vindman, diretor de assuntos europeus do Conselho de Segurança Nacional, chegou ao Capitólio com seu uniforme militar, tornando-se a primeira autoridade da Casa Branca a testemunhar no inquérito de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados contra Trump.
Vindman, cidadão norte-americano nascido na Ucrânia e condecorado como um veterano de guerra por seu combate na Guerra do Iraque, também foi a primeira pessoa a ter ouvido a ligação de 25 de julho a testemunhar.
Antes da sua chegada, alguns dos aliados do presidente republicano, incluindo a apresentadora da Fox News Laura Ingraham, buscaram atacar a integralidade de Vindman, questionando sua lealdade aos EUA.
Biden, um dos principais pré-candidatos pelo Partido Democrata às eleições de 2020, defendeu Vindman como um herói, chamando de "desprezíveis" os ataques ao caráter e à lealdade do oficial do Exército. "Ele é um patriota", disse o ex-vice-presidente dos EUA à MSNBC.
Durante o contato telefônico que está centro do escândalo ucraniano, Trump solicitou ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, uma investigação contra Biden e seu filho Hunter Biden, que atuou no conselho da empresa de gás ucraniana Burisma. Trump também pediu a Zelenskiy que investigasse uma teoria de conspiração, já descartada oficialmente, de que a Ucrânia, não a Rússia, interferiu nas eleições de 2016 nos EUA.
"Fiquei preocupado com a ligação", disse Vindman em sua declaração inicial aos três comitês da Câmara que conduzem o inquérito de impeachment, liderado pelos democratas. "Não achei adequado exigir que um governo estrangeiro investigasse um cidadão dos EUA e fiquei preocupado com as implicações para o apoio do governo dos EUA à Ucrânia".