Por Richard Balmforth
KIEV (Reuters) - Um ônibus de passageiros esteve sob fogo pesado no leste da Ucrânia nesta terça-feira, resultando na morte de 11 pessoas, segundo autoridades do país, enquanto os combates se intensificavam em volta do aeroporto de Donetsk à medida que separatistas tentam expulsar as tropas do governo.
A recente violência ocorre depois que Rússia, Ucrânia, França e Alemanha desistiram dos planos para uma reunião de cúpula no Cazaquistão nesta semana por causa do fracasso na implementação do acordo de quatro meses de cessar-fogo.
O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, condenou o ataque de ônibus como um ato que "gelou o coração" e disse que as forças das Repúblicas Populares de Donetsk e Luhansk eram culpadas.
"Estas mortes são um peso na consciência das gangues das repúblicas populares de Donetsk e Luhansk e daqueles que estão por trás deles", afirmou ele num comunicado no qual prometeu assinar um decreto na quarta-feira para enviar mais tropas à região.
Uma autoridade da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) pediu controle máximo para todos os lados do conflito, que matou mais de 4.700 pessoas desde abril.
"Nas últimas 24 horas a situação se deteriorou significativamente, especialmente perto do aeroporto de Donetsk. Mais baixas entre civis têm sido relatadas", disse o chefe da missão europeia de monitoramento na Ucrânia, Ertugrul Apakan.
A guerra entre as forças ucranianas e os rebeldes pró-Rússia estourou logo depois de a Rússia anexar a península da Crimeia no ano passado, criando a pior crise nas relações entre o Leste e o Oeste desde a Guerra Fria.
Os governos ocidentais acusam a Rússia de apoiar os separatistas, o que Moscou nega.
Fotos mostraram o ônibus e os assentos perfurados de balas perto da cidade de Volnovakha. Uma grande mancha de sangue marcava a rua ao redor do veículo.
"Dez pessoas morreram e pelo menos 13 ficaram feridas", disse um porta-voz da administração ucraniana da região. Ele disse que o ônibus, que passava com civis por um controle de fronteira do governo, foi atacado pelos rebeldes com lançadores de foguetes.
Os separatistas negaram responsabilidade e disseram que o ônibus tinha sido atacado por pequenas armas de fogo, e não por mísseis ou foguetes.
((Tradução Redação São Paulo; +5511 5644-7731)) REUTERS BM ES OLBRWORLD Reuters Brazil Online Report World News 20150113T185814+0000