Por Khalid Abdelaziz
DUBAI (Reuters) - Os ataques aéreos e o fogo de artilharia se intensificaram de forma acentuada na capital do Sudão no início desta terça-feira, disseram moradores, enquanto o Exército busca defender bases importantes de rivais paramilitares contra os quais luta há mais de um mês.
Ataques aéreos, explosões e confrontos puderam ser ouvidos no sul de Cartum, e houve bombardeios pesados ao longo do rio Nilo em partes das cidades vizinhas de Bahri e Omdurman, disseram testemunhas.
Os combates entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) provocaram distúrbios em outras áreas do Sudão, especialmente na região oeste de Darfur, mas estão concentrados em Cartum.
O conflito gerou uma crise humanitária que ameaça desestabilizar a região, deslocando mais de 700.000 pessoas dentro do Sudão e forçando cerca de 200.000 a fugir para países vizinhos.
Aqueles que permaneceram na capital estão lutando para sobreviver à medida que os suprimentos de comida diminuem, os serviços de saúde entram em colapso e a ilegalidade se espalha.
Autoridades registraram 676 mortes e mais de 5.500 feridos, mas o número real deve ser muito maior, com muitos relatos de corpos deixados nas ruas e pessoas com dificuldades para enterrar os mortos.
"A situação é insuportável. Saímos de casa para ir para a casa de um vizinho em Cartum, fugindo da guerra, mas o bombardeio nos persegue onde quer que vamos", disse Ayman Hassan, um morador de 32 anos.
"Não sabemos o que os cidadãos fizeram para merecer uma guerra no meio das casas."
(Por Khalid Abdelaziz)