Por Clement Manirabarusha e Edmund Blair
BUJUMBURA (Reuters) - Um policial e um oposicionista morreram nesta terça-feira em casos de violência no início da eleição presidencial do Burundi, já prejudicada por boicotes da oposição e protestos contra a decisão do presidente Pierre Nkurunziza de concorrer a um terceiro mandato.
Explosões e tiros foram ouvidos na capital na manhã desta terça, num momento em que a nação está às voltas com sua pior crise desde a guerra civil encerrada em 2005. Há semanas o Burundi enfrenta manifestações, teve uma tentativa de golpe de Estado e confrontos entre soldados rebeldes e o Exército.
Os eleitores faziam fila em algumas áreas rurais e bairros de Bujumbura que são redutos de partidários de Nkurunziza. Mas muito poucos apareceram nas urnas em outras partes da capital.
Os opositores acusam Nkurunziza de violar a Constituição ao tentar conseguir ficar mais cinco anos no cargo.
Doadores ocidentais de ajuda e Estados africanos, preocupados com as tensões em uma região com uma história de conflitos étnicos, pediram ao Burundi que adiasse a votação. Os Estados Unidos e países europeus suspenderam parte da ajuda ao Burundi, um dos países mais pobres do mundo.
É quase certo que Nkurunziza vença a eleição, já que a oposição boicotou as urnas. Ele se baseia em uma decisão da Justiça, segundo a qual pode disputar novamente o cargo.