BEIRUTE (Reuters) - Ataques israelenses no sul do Líbano nesta terça-feira mataram oito pessoas, incluindo dois jornalistas de um canal de televisão libanês e uma autoridade sênior do Hamas, informaram a imprensa estatal do Líbano e fontes oficiais.
As mortes levam o total de pessoas mortas no Líbano desde o começo das hostilidades na fronteira a mais de 80, a maioria soldados do grupo armado libanês Hezbollah.
A violência na fronteira eclodiu após o ataque do Hamas em 7 de outubro. Israel e o Hezbollah, apoiado pelo Irã e aliado do Hamas, trocaram foguetes em um conflito que está constantemente se intensificando.
A emissora libanesa Al Mayadeen disse que um ataque israelense nesta terça-feira perto da cidade de Tir Harfa, a cerca de 1,5 km da fronteira israelense, matou dois dos seus jornalistas e uma terceira pessoa no local onde eles estavam filmando.
A Al Mayadeen acusou Israel de deliberadamente encarar a equipe de televisão como alvo porque o canal é conhecido por ser pró-palestinos e a favor da aliança militar regional do Irã.
O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse em comunicado que o ataque foi uma tentativa de silenciar a imprensa, acrescentando que "não havia limites para os crimes israelenses".
O Exército de Israel disse estar "ciente de uma alegação relacionada a jornalistas… que foram mortos como resultado de disparos (do Exército israelense)".
"Esta é uma área com hostilidades ativas, onde troca de disparos acontecem. A presença na área é perigosa", afirmou.
O Exército israelense havia dito anteriormente que não pode garantir a segurança de jornalistas em regiões onde está combatendo. Autoridades israelenses tentaram bloquear sites da Al Mayadeen e confiscar equipamentos ligados à estação.
O Hezbollah afirmou que, em retaliação ao assassinato dos jornalistas, disparou contra uma base israelense no outro lado da fronteira.
Outro ataque israelense contra um carro a cerca de 11 km da fronteira e perto da cidade de Tyre, no sul, matou quatro pessoas mais tarde nesta terça-feira, segundo a imprensa estatal libanesa.
O Hamas identificou uma das vítimas como membro do grupo, dizendo que ele foi morto "enquanto cumpria seu dever" no sul do Líbano. Duas fontes palestinas afirmaram que ele era um membro sênior da ala armada do Hamas no Líbano.
(Reportagem de John Davison, Jana Choukeir e Maya Gebeily)