NAIRÓBI (Reuters) - Atiradores mataram 30 civis durante um ataque em um vilarejo do oeste da região etíope de Oromiya, disseram testemunhas nesta quarta-feira, o último rompante de violência étnica a desafiar o governo federal da nação turbulenta.
A Etiópia, o segundo país mais populoso da África, está tendo dificuldade para controlar vários focos onde rivalidades étnicas relativas a terras, poder e recursos surgiram antes das eleições nacionais marcadas para junho.
O primeiro-ministro, Abiy Ahmed, promete realizar as primeiras eleições livres e justas, mas algumas de suas reformas também atiçaram autocratas regionais e grupos revoltados com o que descrevem como décadas de repressão do governo.
O agricultor Wossen Andaege, de 50 anos, disse que seus vizinhos foram mortos durante o ataque da noite de terça-feira em Wollega do Oeste, em Oromiya. Ele identificou as vítimas como amharas étnicos.
"Recolhemos os corpos usando um carro e enterramos 30 pessoas", disse Wossen por telefone, contando que ele e a família ouviram tiros e fugiram para um escritório governamental próximo para esperar pela proteção de tropas federais.
Autoridades locais atribuíram o ataque, no qual outras 15 pessoas ficaram feridas, a um grupo dissidente da Frente de Libertação de Oromo (OLF), conhecido como OLF Shane ou Exército de Libertação de Oromo. A OLF é um partido de oposição que passou anos no exílio, mas deixou de ser ilegal quando Abiy tomou posse em 2018.
(Da redação de Adis Abeba)