Por Brendan O'Brien
(Reuters) - Uma autópsia concluiu que oito policiais da cidade de Akron, no Estado norte-americano de Ohio, mataram Jayland Walker com 46 tiros, cinco deles nas costas, ao abrirem fogo contra o homem negro desarmado durante uma blitz de trânsito há três semanas, afirmou uma perita médica na sexta-feira.
Durante uma entrevista coletiva, a examinadora médica do Condado de Summit Lisa Kholer disse que sua autópsia também determinou que Walker, de 25 anos, não tinha drogas ou álcool em seu sistema sanguíneo ao ser baleado e morto pela polícia no dia 27 de junho.
A morte de Walker foi a mais recente de uma série de assassinatos de homens negros pela polícia nos Estados Unidos, que, segundo críticos, não tem justificativa. Uma dessas mortes, o homicídio de George Floyd em 2020 em Mineápolis, provocou protestos no mundo todo contra a violência policial e a injustiça racial.
Desde o incidente em Akron, manifestantes realizaram protestos na cidade de cerca de 200 mil habitantes pedindo justiça, e que a polícia seja responsabilizada pelo assassinato de Walker, que foi enterrado na quinta-feira.
Kohler disse que Walker também foi atingido por tiros no torso, pélvis, pernas e rosto pelos policiais que abriram fogo após tentarem pará-lo por conta de uma pequena violação de trânsito, e ele fugir.
Após uma perseguição que durou alguns minutos, Walker pulou para fora do carro e fugiu dos policiais, como foi mostrado por um vídeo da polícia, que disse que nas imagens ele parece correr em direção aos agentes, que no momento acreditaram que ele estivesse armado. Uma arma foi posteriormente recuperada em seu carro, segundo a polícia.
Os policiais diretamente envolvidos no incidente foram colocados em licença administrativa remunerada, afirmou o chefe de polícia de Akron, Steve Mylett.
(Reportagem de Brendan O'Brien em Chicago)