BEIRUTE (Reuters) - A crise humanitária da Síria está pior em 2018 do que em qualquer outro da guerra civil de sete anos do país, disse uma autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
"Vemos a situação humanitária dentro da Síria em 2018 como a pior que vimos desde que a guerra começou: uma deterioração muito dramática, um deslocamento em massa, um desrespeito pela proteção de civis e as vidas das pessoa ainda sendo viradas de cabeça para baixo", disse Panos Moumtzis, coordenador humanitário da ONU para a crise da Síria, em Beirute.
A Síria é o pior lugar da história moderna em termos de ataques a agentes e instalações de saúde, que representam 70 por cento de todos os ataques deste tipo ao redor do mundo, afirmou.
Dados da ONU mostram que 89 agentes de saúde morreram em 92 ataques militares confirmados contra instalações de saúde entre 1º de janeiro e 4 de maio –em todo o ano de 2017 foram 73, disse.
As duas áreas mais vitimadas por ações deste tipo em 2018 foram Ghouta Oriental e Idlib.
Ghouta Oriental era o maior bastião rebelde perto da capital Damasco, mas voltou ao controle do governo em meados de abril após uma ofensiva feroz.
Idlib, no noroeste sírio, é a maior área ainda comandada pela oposição, e abriga cerca de 2,5 milhões de pessoas.
A população de Idlib inflou durante o conflito, já que recebeu pessoas que combateram em outras áreas. O governo também transferiu um grande número de combatentes rebeldes e suas famílias para Idlib devido a acordos de rendição em outras partes do país.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu recuperar cada palmo do território.